Artigos / Juliana Giraldini

09/10/2017 - 08:47

Sacanagem

Eu gosto de vídeo adulto.
 
Pausa para você processar a frase acima.
 
Acredito que nesse momento você pensou primeiro: 
  • Ela é louca!
Depois pensou:
  • Ela tá falando de pornô!
E se tudo correr bem, o terceiro pensamento foi:
  • Tudo pu#4!
 
Bom, pra início de conversa vou perguntar se você pensaria isso se essa que vos escreve fosse um rapaz?
 
Provavelmente você pediria pra te mandar algum link do xvideos, ou site similar. De boas.
 
Sem questionamentos.
 
Mas infelizmente, a minha espécie foi tolhida de pensar que existe diversão no sexo. Que existe algo além da procriação.
 
Mulheres não transam.
Não podem.
Elas quiçá fazem amor.
 
E a gente aceita.
Resignada, esse papel de que pelo simples fato de ser do sexo feminino, a gente não pode se divertir.
 
É feio.
 
Aí você vai no cinema, e assiste com suas amigas e um bando de amigas das amigas um filme tipo 50 Tons de Cinza.
 
Não é x-rated.
É de cinema normal. Aí pode.
 
E você sente o frisson.
 
A cada cena, digamos, mais saliente do protagonista, a fileira treme.
 
Cruzadas de pernas.
 
De mulheres que desejam sim! Que gostam de diversão, que querem sentir aquele prazer que o protagonista dá pra mocinha do filme.
 
Mas morrem de vergonha.
 
De inclusive falarem com seus companheiros. 
 
Afinal, quem pensa assim não é séria.
 
Não é “pra casar”...
 
E eu aqui penso no tanto de alegria, no tanto de sorriso solto, de bom-humor, de pele boa, de vida leve, e quase, na saída para a paz mundial, desperdiçadas pela simples falta de sacanagem na vida das mulheres.
 
Sacanagem é feminina.
A sacanagem.
 
Deveria ser tão incorporada na vida de um casal, quanto a tabela de economia doméstica:
 
  • Amor, você lançou o gasto do supermercado na tabela?
  • Lancei amor! ...Vem cá delícia...
Tudo seria mais fácil se mudássemos esse pensamento. Se tudo fosse visto com uma normalidade. Sem rótulo. Sem preconceito.
 
A primeira frase desse texto é uma realidade não só minha, mas de muitas meninas. Ocultada pela vergonha. Por medo de julgamentos.
 
Não estou dizendo que a vida deveria ser uma grande suruba, não é isso. Estou dizendo que, como os meninos,  meninas também fantasiam. 
 
Cada uma no seu limite. Cada uma com seus desejos.
 
Guardados secretamente, inclusive dos namorados e maridos, por medo justamente desse julgamento bobo.
 
Você aí, que é casado, namorado, ficante...
 
Já perguntou pra sua mulher se ela espera algo diferente ?
 
Já surpreendeu ela com um “vem cá minha nêga” inesperado ?
  
Tenho um casal de amigos, casados há mais de 20 anos, com dois filhos adultos, cuja esposa vez ou outra busca o marido no trabalho e o leva para um motel, com toda a pompa e circunstância. Nem preciso dizer que são um casal feliz pra caramba.
 
Aproveita que essa semana tem feriado, e que tal quebrar a rotina desse casal aí ? Vai lá menino! Vai lá menina! Que tal uma surpresa das boas pro seu tchutchuco ou tchutchuca ?
  
E me conta na segunda-feira que vem se seu final de semana foi mais feliz!
Juliana Giraldini

por Juliana Giraldini

é publicitária há 20 anos. Ou como ela mesma gosta de falar, é Publicitária Rural ou Fazendeira Criativa. Há 1 ano trocou São Paulo por Cáceres e se diverte criando Logotipos e vacas leiteiras, alimentando galinhas e Redes Sociais, e fazendo queijo, geleias e Anúncios.
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