Não sei se é a idade.
De uns anos pra cá eu vejo algo extremamente interessante acontecendo comigo e com vários amigos e colegas: a descoberta do que realmente importa.
Pessoas que mudaram de trabalho, de cidade, de país...
Pessoas que foram viajar pela experiência da viagem e cultura, muitas vezes sem conforto, mas praticando toda habilidade do jogo de cintura...
Comigo, ao vir morar numa fazenda, no interior do Mato Grosso, onde a realidade é absurdamente diferente da que eu vivia, ao invés dos meus horizontes serem fechados pelas limitações que encontramos aqui, eles foram impressionantemente abertos.
Permitir essa mudança e essas novas experiências é algo tão desafiador que funciona como uma injeção de vida.
Amigos que deixaram suas empresas, amigos que venderam seus carros ao perceberem o tempo desperdiçado no trânsito, amigos que mudaram de país para recomeçar, amigos que se aventuraram em viagens para experimentar formas simples de viver, amigos que mudaram de casa por buscar uma qualidade de vida no dia-a-dia...
Um movimento ao desapego. Ou um movimento para tentar o novo.
Quantas vezes você parou e pensou: pra quê ou por que eu faço isso? Qual o meu real objetivo?
E a principal pergunta (pode ser piegas, mas é realmente a principal): eu tô feliz?
E não estou falando de nada material. Claro que "ter" coisas é importante. Falo de "viver" coisas.
O que aconteceu comigo foi perceber que nos últimos anos eu foquei toda minha energia e empenho em coisas de pouca importância real.
"Ter" é importante, mas "ser" é muito mais.
Você pode estar lendo este texto e pensar: "Que papo de loser, esse! Discurso de perdedor..."
E eu digo: perdedor é quem utiliza de um discurso como esse para justificar seu comodismo.
E mudar definitivamente não é se acomodar.
Desapegar não é perder.
Mudar não é atestar fracasso.
É ter algo maior.
A escolha pelo que realmente importa.
(texto inspirado por tantos amigos, entre eles:
Rafael Carreira Okubara,
Domenico Massareto,
Jo Ribeiro,
Evandro Roocchhaa, Fernanda Luna,
Aline Luz Del'Arco,
Mauro De Toledo Pereira,
Rê Madi...)